terça-feira, 3 de julho de 2012

Meu Senhor e meu Deus!


Hoje celebramos a festa do apóstolo São Tomé. A Liturgia das Horas nos apresenta Tomé como aquele que, diante do Senhor Ressuscitado, proclama a fé pascal da Igreja: “Meu Senhor e meu Deus!”.
A afirmação de Tomé diante do Senhor Vivo, apesar de simples, é realmente profunda de significado.
Mesmo hoje, muitos ainda insistem na ideia reducionista de um Jesus puramente histórico, ou seja, um homem que passou a vida ensinando e fazendo o bem. De fato, isso é verdade, mas restringir o Cristo a esse “Jesus histórico” não condiz com nossa fé católica.
Jesus Cristo é Deus. É o Verbo Eterno que se encarnou no seio da Virgem Maria, gerado e não criado. Deus de Deus, Luz da Luz, Deus Verdadeiro de Deus Verdadeiro. Compreender isso é algo fundamental. Quando entendemos que Jesus é Deus, mergulhamos muito mais profundamente em seu amor por cada um de nós.
Jesus, mesmo sendo Deus, quis se encarnar como homem, vivendo em tudo como nós exceto no pecado. Medita Santo Afonso sobre a Encarnação do Verbo:
“Ah! meu Jesus, meu soberano Senhor e verdadeiro Deus, quem vos moveu a deixar o céu e a nascer numa gruta senão o vosso amor pelos homens? Quem vos fez descer do vosso trono elevado acima dos astros, para vos estender sobre palha? Por que vejo-vos agora deitado entre dois animais quando antes vos rodeavam os coros dos anjos? Abrasais de santo amor os Serafins, e eis que tremeis de frio num estábulo! Dais movimento aos céus e aos sóis, e eis que não podeis mudar de lugar sem o concurso de um braço estranho! Provedes ao alimento dos homens e dos animais, e tendes necessidade dum pouco de leite para sustentar a vida! Sois a alegria do céu, como pois vos ouço gemer e chorar? Dizei-me: quem vos reduziu a tanta miséria? ‘Quem é o autor de todas essas mudanças? pergunta S. Bernardo; é o amor’, responde ele, é o vosso amor para com os homens.”
E nos aprofundamos ainda mais nesse mistério de amor ao mergulharmos na Paixão de Nosso Senhor! Ó tamanho despojamento de Deus por amor de nós! Lemos no segundo capítulo da Carta de São Paulo aos Filipenses:
“Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. Por isso Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos. E toda língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor.”
Sim, como Tomé reconhecemos que Jesus Cristo é também Senhor.
A este único Senhor devemos toda a honra, toda a glória, toda a adoração, todo o louvor e obediência.
Jesus Cristo é Senhor, e por esse motivo merece toda a reverência.
Não nos deixemos levar por ideologias que reduzem Nosso Senhor a um simples “personagem histórico”.
Com o Santo Apóstolo Tomé, rendamos nosso louvor a Jesus e digamos continuamente de todo coração: “Meu Senhor e meu Deus!”.


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